O Genesis era uma banda de rock progressivo que, como toda banda do gênero, era muiiiiito chata. Porém tinha um vocalista meio metido a fazer performances com o rosto pintado, uma espécie de Ney Matogrosso progressivo chamado Peter Gabriel que fazia a diferença no visual e na sonoridade da banda. Dono de uma das mais bonitas vozes do rock, Peter Gabriel um belo dia resolveu sair em carreira solo. O Genesis continuou tão chato quanto antes, com o agravante de colocar como vocalista o até então baterista da banda, o esganiçado e sem carisma Phill Collins, que na época pelo menos ainda não era careca. A mudança acabou dando certo, pois o grupo experimentou um relativo sucesso por um bom punhado de anos. Gabriel continuou seu caminho, sempre metido em experimentações e buscando parcerias nos mais longínquos rincões do planeta, tendo inclusive seu papel na então incipiente world music.
Lançado em 1986, So foi o comercialmente mais bem sucedido disco de Gabriel. Na época, a MTV (acreditem, a MTV já foi um canal de música!) consolidava a linguagem dos videoclipes musicais, e estes não faltavam em So, "Sledgehammer", "Big Time" e o hino loser "Don’t Give Up" (bela canção e belo clipe com participação de Kate Bush) foram exibidos à exaustão na Music Television. Gabriel também se engajou em causas humanitárias, apresentando-se em um sem número de concertos, muitas vezes junto com o senegalês Youssou N’Dour para interpretarem outro sucesso de So, a canção "In Your Eyes".
Não tem como não comparar o Peter Gabriel todo pimpão da capa do disco e dos clipes com o sessentão gordo e careca de hoje, tudo bem que muita água passou por debaixo da ponte, mas ainda assim a diferença é impressionante. Phill Collins riu por último.