sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Nina Simone - Forever Young, Gifted & Black

Quer saber? Odeio jazz! Sei lá, acho chatinho pra caramba, ainda mais quando é só instrumental. Até a Bossa Nova, apelidada lá fora de The Brazilian Jazz eu acho chata. Na boa, aquele negócio de barquinho vai e tardinha cai....francamente! Porém, quis o destino, esse gozador, que uma das minhas cantoras favoritas fosse... uma cantora de jazz.

Eunice Kathleen Waymon nasceu em Tryon, Carolina do Norte (EUA), no ano de 1933, era de uma família mista, que incluía índios, Afro-Americanos e Irlandeses. Já aos três anos tocava no piano canções gospel. Aos doze fez seu primeiro recital clássico, nesse recital, seus pais foram retirados das primeiras fileiras de cadeiras por serem negros, conta a lenda que ela se recusou a cantar até que seus pais voltassem aos seus lugares. Nascia aí seu envolvimento com os direitos civis dos Afro-descendentes, causa essa que abraçou por toda a vida.

Em 1954, cantando para financiar seus estudos, adotou o nome artístico de Nina Simone. A história dessa mulher formidável daria um livro, filme, novela, etc. Foi acusada de radicalismo por ser contra a política de não-violência de Martin Luther King. Porém, por ocasião do assassinato do pastor e ativista, Nina dedicou-lhe a canção Why? (the King of the Love is Dead).

Pianista, compositora, cantora e performer, ganhou o título de “Alta Sacerdotisa do Soul”. Cantava com a postura altiva de quem sabia exatamente seu valor. Nina dava uma interpretação toda pessoal a canções de outros autores, se você já ouviu sua interpretação de Ne Me Quitte Pas de Jacques Brel sabe bem do que estou falando, vide também revolution, dos Beatles e Turn, turn, turn dos Birds, ambas no disco desta postagem. Esteve no Brasil em duas ocasiões, a última em 1997.

Nina Simone morreu de câncer em 2003, no povoado de Carry-le-Rouet, França, onde morava desde 1992. Somente após sua morte divulgou-se que sofria de transtorno bipolar e esquizofrenia.

Forever Young, Gifted & Black (2006), é uma das centenas de coletâneas de Nina Simone que existem por aí, é boa mas ainda assim apenas uma pequena amostra da grandiosa obra de um mito.

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