terça-feira, 24 de agosto de 2010

Peter Gabriel - So

O Genesis era uma banda de rock progressivo que, como toda banda do gênero, era muiiiiito chata. Porém tinha um vocalista meio metido a fazer performances com o rosto pintado, uma espécie de Ney Matogrosso progressivo chamado Peter Gabriel que fazia a diferença no visual e na sonoridade da banda. Dono de uma das mais bonitas vozes do rock, Peter Gabriel um belo dia resolveu sair em carreira solo. O Genesis continuou tão chato quanto antes, com o agravante de colocar como vocalista o até então baterista da banda, o esganiçado e sem carisma Phill Collins, que na época pelo menos ainda não era careca. A mudança acabou dando certo, pois o grupo experimentou um relativo sucesso por um bom punhado de anos. Gabriel continuou seu caminho, sempre metido em experimentações e buscando parcerias nos mais longínquos rincões do planeta, tendo inclusive seu papel na então incipiente world music.

Lançado em 1986, So foi o comercialmente mais bem sucedido disco de Gabriel. Na época, a MTV (acreditem, a MTV já foi um canal de música!) consolidava a linguagem dos videoclipes musicais, e estes não faltavam em So, "Sledgehammer", "Big Time" e o hino loser "Don’t Give Up" (bela canção e belo clipe com participação de Kate Bush) foram exibidos à exaustão na Music Television. Gabriel também se engajou em causas humanitárias, apresentando-se em um sem número de concertos, muitas vezes junto com o senegalês Youssou N’Dour para interpretarem outro sucesso de So, a canção "In Your Eyes".

Não tem como não comparar o Peter Gabriel todo pimpão da capa do disco e dos clipes com o sessentão gordo e careca de hoje, tudo bem que muita água passou por debaixo da ponte, mas ainda assim a diferença é impressionante. Phill Collins riu por último.

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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

The Fall - Live at the Witch Trials

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Mais uma postagem do The Fall, de longe a banda campeã de presenças aqui no blog, o que posso fazer se sou fã da banda de Mark E. Smith?
Lançado em 1979, Live at the Witch Trials foi o álbum de estréia do Fall e, apesar do título, é um disco de estúdio que foi gravado em um único dia. Como era típico do Fall, depois do lançamento disco a banda praticamente se desmontou, deixando Mark E. Smith como o único fundador restante. Apesar disso, a banda logo caiu nas graças do famoso apresentador da BBC John Peel, realizando várias das conhecidas Peel Sessions, tendo algumas, inclusive, virado discos.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Nina Simone - Forever Young, Gifted & Black

Quer saber? Odeio jazz! Sei lá, acho chatinho pra caramba, ainda mais quando é só instrumental. Até a Bossa Nova, apelidada lá fora de The Brazilian Jazz eu acho chata. Na boa, aquele negócio de barquinho vai e tardinha cai....francamente! Porém, quis o destino, esse gozador, que uma das minhas cantoras favoritas fosse... uma cantora de jazz.

Eunice Kathleen Waymon nasceu em Tryon, Carolina do Norte (EUA), no ano de 1933, era de uma família mista, que incluía índios, Afro-Americanos e Irlandeses. Já aos três anos tocava no piano canções gospel. Aos doze fez seu primeiro recital clássico, nesse recital, seus pais foram retirados das primeiras fileiras de cadeiras por serem negros, conta a lenda que ela se recusou a cantar até que seus pais voltassem aos seus lugares. Nascia aí seu envolvimento com os direitos civis dos Afro-descendentes, causa essa que abraçou por toda a vida.

Em 1954, cantando para financiar seus estudos, adotou o nome artístico de Nina Simone. A história dessa mulher formidável daria um livro, filme, novela, etc. Foi acusada de radicalismo por ser contra a política de não-violência de Martin Luther King. Porém, por ocasião do assassinato do pastor e ativista, Nina dedicou-lhe a canção Why? (the King of the Love is Dead).

Pianista, compositora, cantora e performer, ganhou o título de “Alta Sacerdotisa do Soul”. Cantava com a postura altiva de quem sabia exatamente seu valor. Nina dava uma interpretação toda pessoal a canções de outros autores, se você já ouviu sua interpretação de Ne Me Quitte Pas de Jacques Brel sabe bem do que estou falando, vide também revolution, dos Beatles e Turn, turn, turn dos Birds, ambas no disco desta postagem. Esteve no Brasil em duas ocasiões, a última em 1997.

Nina Simone morreu de câncer em 2003, no povoado de Carry-le-Rouet, França, onde morava desde 1992. Somente após sua morte divulgou-se que sofria de transtorno bipolar e esquizofrenia.

Forever Young, Gifted & Black (2006), é uma das centenas de coletâneas de Nina Simone que existem por aí, é boa mas ainda assim apenas uma pequena amostra da grandiosa obra de um mito.

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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

The Graduate - Soundtrack (1967)


Ouvindo minhas musiquinhas um pouco antes de ir para a cama, eis que toca Mrs. Robinson, da dupla Simon e Garfunkel, o que obviamente me fez lembrar de "A primeira Noite de um Homem" e resolver fazer esta postagem noturna. Dirigido por Mike Nichols e com um título que não tinha nada a ver com o que foi exibido no Brasil, "The Graduate" (1967), foi o filme que lançou o até então desconhecido Dustin Hoffman no papel de um jovem recém-formado que fica indeciso quanto ao seu futuro (ver trailer).
O filme é ótimo, um clássico daqueles que se vê várias vezes na vida (eu mesmo devo ter assistido umas 4 ou 5). Porém, "The Graduate" certamente deve muito de sua aura à genial trilha sonora composta por Simon e Garfunkel.
Paul Simon e Art Garfunkel representaram, por pelo menos um bom par de décadas, uma espécie de versão musical da voz da América. Simon, sem dúvida o mais talentoso da dupla, é um dos poucos mortais que pode encher o peito e dizer que foi o autor de um dos maiores sucessos de Elvis Presley. No início dos anos 80, já com a parceria com Garfunkel morta e enterrada, o incansável Simon lançou o disco "Graceland", fruto de pesquisa meticulosa sobre ritmos africanos e precursor daquilo que viria a se chamar world music.
God bless you please, Mrs Robinson.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

The Beatles - Abbey Road


Bom, já que a milionária viúva Lennon disse por esses dias "Esperem sentados pela venda de músicas dos Beatles no iTunes ou outras lojas online", a gente disponibiliza de graça mesmo. A brux.... quer dizer, viúva, ficaria bem melhor na foto se convocasse uma grande coletiva para informar que a obra dos Beatles, a exemplo das de outros gênios, como Shakespeare e Goethe, passará a ser de domínio público. Pobre Yoko, em seus (muitos) anos de vida não aprendeu que certas coisas transcendem o lucro e a ganância.
Lançado em 1969, Abbey Road é considerado por muitos o melhor disco dos Beatles e o que mais vendeu, o que mais posso dizer? Talvez que existe uma câmera que filma 24 horas por dia a mais famosa faixa de pedestres do mundo. Agora é esperar mais notificações dos homens de preto.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Billy Bragg - Talking With Taxman About Poetry


Nascido em Barking, Inglaterra, em 1957, Billy Bragg é músico e ativista engajado em causas sociais.
Talking With Taxman About Poetry (1986), cujo título é baseado em um poema de Vladimir Mayakovsky, é o terceiro e mais conhecido trabalho de Bragg. Aqui no Brasil, inclusive, a faixa Levi Stubbs' Tears foi bem executada nas rádios alternativas da vida (vídeo).
Talking With.. é o tipo de disco que não se faz mais no mundo engolido pela globalização, onde falar sobre luta de classes e proletariado virou demodê. Porém ainda vale a pena ouvi-lo, nem que seja por pura nostalgia.